Olhando as ruas cheias de pessoas ocupadas e preocupadas com seu tempo, seu trabalho, cada uma olhando somente para sua própria função social, cada qual com seu próprio mundo, como se de certa forma as outras pessoas não fizessem diferença. Paro, olho tudo isto e me deparo com uma cidade cuja sua forma e estrutura se assemelha a um organismo vivo ou até mesmo com uma máquina onde todas as peças não param, não se pode parar pela lógica da sobrevivência e de renovação, pois num sistema maquinário sempre quando uma peça para ou não funciona ela simplesmente deixa de ter sua função e imediatamente é trocada por uma outra.
Um exemplo deste sistema pode se dizer quando passamos na rua e vemos um mendigo, se formos analisarmos esta situação, de certa forma ele deixou de fazer parte do maquinário, de fazer parte da engrenagem, e como solução, este sistema o descartou, já que pela lógica aquela peça não se encaixa mais em nenhuma engrenagem. O mendigo é a peça "com defeito" descartada por quem é responsável pela manutenção da máquina. Algo que não serve mais é jogado ao limbo e privado de todo e qualquer direito de ter, ser e a sanidade das peças saudáveis que ainda funcionam. É tudo um jogo, manobra para servir de exemplo a não ser feito, como em ditaduras ou escolas com esse modelo, pune ou descarta o problemático para não ser copiado ou seguido. E além da punição do descarte social é incentivado de certa forma uma repulsa e ódio para com esse tipo de excluído, quando não atinge isto, é feito um movimento hipócrita de falsa solidariedade onde é nutrido o sentimento de pena e comoção superficial, que não passa além disso, não fazendo nada para reverter a situação ou até mesmo uma reintegração dessa "peça defeituosa". Continuando a girar a máquina funcional que ninguém escapa, nem mesmo os mendigos...
O fato é que todos nós fazemos parte de um sistema que gira em torno de si, não deixando saídas e esmagando tudo a sua volta que não for parte de seu maquinário assassino e destruidor, não havendo outro objetivo além de produção e consumo, um ciclo vicioso e mórbido que não sabemos onde é o começo, só o fim, o desgaste e invalidação total da peça que você é.
Se somos peças, células, e tudo o que foi dito acima. Não é bom nos preocupar com isso, porque o que temos que fazer é seguir esse objetivo, porque nos mandam, precisamos nos adequar para não haver o descarte, para não irmos para o nada, para continuarmos vivendo, nós apenas precisamos se preocupar sempre com o andamento da engrenagem, sempre pensando em si mesmo, os outros são apenas outras peças, e se estão longe da “sua” engrenagem, não fazem diferença. Essas são palavras que são postas ao longo do tempo inconscientemente nas peças, já que não há escapatória, uma simples revolta é resolvida com um simples esmagamento e levado ao esquecimento pouquíssimo tempo depois.
Não se tem para onde fugir, somos células deste monstro social, mas não somos vitais, somos substituíveis em todos os níveis. O máximo que poderia ser feito seria virarmos um câncer, aos poucos destruindo o organismo, deixando peças defeituosas em todos os lugares. Mas há muitas células "saudáveis" no monstro, não deixaria a máquina parar, girando a roda da sua vida continuamente, e muitas assim fariam o papel dos glóbulos brancos, imunizando e expulsando as ideias exteriores ao organismo.
Perdermos e esquecemos o que se entende por indivíduo, ser individual, por obrigação imposta sem alternativa alguma, nos perdemos frente ao grande motor vivo, não tem como sair, com sanidade e saudável disso tudo...
Não se tem para onde fugir, somos células deste monstro social, mas não somos vitais, somos substituíveis em todos os níveis. O máximo que poderia ser feito seria virarmos um câncer, aos poucos destruindo o organismo, deixando peças defeituosas em todos os lugares. Mas há muitas células "saudáveis" no monstro, não deixaria a máquina parar, girando a roda da sua vida continuamente, e muitas assim fariam o papel dos glóbulos brancos, imunizando e expulsando as ideias exteriores ao organismo.
Perdermos e esquecemos o que se entende por indivíduo, ser individual, por obrigação imposta sem alternativa alguma, nos perdemos frente ao grande motor vivo, não tem como sair, com sanidade e saudável disso tudo...